PRÓTESE DE MAMA ou MAMOPLASTIA DE AUMENTO

A cirurgia de prótese mamária, também conhecida como mamoplastia de aumento, proporciona maior volume às mamas e, com isso, melhora o contorno e a projeção delas. 

Esta cirurgia é indicada para pacientes que possuem mamas pequenas; que tiveram grande redução de volume após a amamentação; ou que estão insatisfeitas com o formato e o tamanho dos seios, porém sem excesso de pele.

Para colocar um implante mamário não existe idade mínima, desde que haja maturidade psicológica, desenvolvimento físico da mulher e que as mamas estejam completamente desenvolvidas.

As próteses de silicone podem variar em forma, tamanho, perfil, textura e marca. O cirurgião vai escolher qual a mais indicada com base no biótipo e na necessidade de cada paciente. Na consulta pré-operatória, ele analisará a altura da paciente, a estrutura corporal e óssea, o tamanho do tórax, distância entre ombros e quadril, volume e formato dos seios, espessura da pele, tendências a estrias e flacidez e, claro, as expectativas de resultado.

A prótese de mama pode ser arredondada, cônica ou anatômica (gota).

– As próteses cônicas projetam bem o seio e tem maior volume no centro da prótese, dando um resultado mais discreto. Elas são indicadas para a paciente que já possui volume, mas quer modelar os seios, e para quem tem o tórax e ombros estreitos, pois a base da prótese não é alargada e a projeção para frente é bem evidente.

– As próteses anatômicas (gota) aumentam os seios sem perder o contorno natural, o colo fica pouco marcado e a parte de baixo dos seios com mais volume. É indicada para pacientes com pouco seio, nenhuma flacidez, ou em caso de reconstrução mamária, já que deixam a aparência natural, sem colo marcado.

– As próteses redondas são as mais escolhidas, pois permitem um melhor contorno da mama, preenchendo a parte superior e marcando o colo. É indicada para pacientes que têm o tórax proporcional e mamas desde pequenas até com um volume considerável.

O tamanho da prótese vai ser escolhido pelo médico e pode variar de 150 a 600 ml ou até maiores. Geralmente o cirurgião solicita 3 ou 4 tamanhos diferentes, e seus respectivos moldes. No momento da cirurgia, experimenta um molde semelhante à prótese, para verificar qual tamanho ficará mais harmônico no corpo da paciente.

O perfil é o quanto a prótese tem de base até o ponto máximo de sua altura. O cirurgião pode optar entre 4 perfis de prótese: baixo, moderado, alto e super-alto.

– O perfil baixo possui a base mais larga e altura menor, projetando pouco o seio para frente e não marcando o colo. É uma prótese bem achatada. É um tipo de prótese mais usado em reconstrução mamária.

– As próteses de perfil moderado são mais redondas e meio achatadas, aumentando os seios para o lado e sem muita projeção. São indicadas, geralmente, para mulheres com ombros ou tórax mais largos.

– O perfil alto é a prótese com a base menor e a altura maior, dando volume às mamas sem marcar muito o colo, sendo indicadas para quem possuiu o tórax proporcional e um volume pequeno ou representável nas mamas. É o tipo mais utilizada em cirurgia estética.

– Já o perfil super alto costuma ser indicado em casos mais específicos, para pacientes com tórax muito estreito e pouco volume, pois projeta muito o seio e pode deixar um formato mais artificial.

A textura pode variar entre prótese lisa e texturizada. Existem próteses texturizadas com o próprio revestimento de silicone e, também, com revestimento de espuma de poliuretano. No Brasil, na maioria dos casos, são utilizados implantes micro-texturizados.

O material e a marca da prótese de silicone podem interferir no resultado, então converse bem com seu médico e verifique o prazo de validade e o registro do produto na Anvisa.

Embora seja mais comum a colocação da prótese em cima do músculo peitoral, o cirurgião plástico pode optar pela posição: a) subglandular ou submamária; b) submuscular ou retropeitoral; c) e subfascial.

1. a) A subglandular é o método que possui maior visibilidade. A prótese é colocada entre os músculos e o tecido das mamas, atrás das glândulas mamárias. Porém, pode dar um aspecto de bordas do implante mais visíveis e oferece risco maior de ptose (descida da prótese ao longo do tempo).
2. b) A técnica submuscular é indicada em casos bem específicos, como em pessoas muito magras. Ela é colocada atrás do músculo peitoral, entre a caixa torácica e o tecido muscular e, por isso, fica menos aparente na região superior e medial (colo). O objetivo desta técnica é diminuir a borda aparente na região superior e no meio das mamas.
3. c) Embora a técnica subfascial seja a menos utilizada, ela é uma excelente escolha. A prótese fica entre a fáscia e o músculo peitoral, ou seja, utiliza-se a membrana ou camada externa do músculo para proteção do implante. É indicada para mulheres com seios pequenos ou que perderam o volume após a amamentação. Esta é a técnica que associa as vantagens de uma técnica submuscular com as da técnica subglandular.

A técnica utilizada será escolhida de acordo com o perfil de cada paciente e, geralmente, a cicatrização da pele e da parte interna leva em torno de 6 meses.

O médico pode optar pela incisão inframamária, axilar ou periareolar.

– A incisão inframamária é a técnica mais utilizada e o corte, de 4 a 5 cm, é feito na dobra logo abaixo da mama, ou seja, no sulco inframamário. A cicatriz é pequena e costuma ficar escondida pelo próprio seio ou pelo biquíni, tornando-se imperceptível.

– Já a incisão axilar tem em torno de 5 cm e o corte é feito na dobra natural das axilas, num formato de “S”. É a técnica que deixa a cicatriz mais escondida, porém não é muito usada porque a recuperação é mais lenta, justamente pelo fato da cicatriz ser em área de dobra.

– A incisão periareolar tem entre 4 e 5 cm e é feita na borda inferior da aréola. A cicatriz fica quase imperceptível, mas a paciente precisar ter uma aréola com, no mínimo, 3 cm de diâmetro. Existe ainda a incisão em toda a circunferência da aréola, com a qual é possível retirar pequenos excessos de pele e subir a posição da aréola.

O primeiro passo é agendar uma consulta. Procure um cirurgião plástico especialista e membro da SBCP, que tire suas dúvidas e lhe passe segurança. Depois de realizadas as avaliações das mamas, o cirurgião plástico irá orientar e ajudar a paciente na escolha do tamanho e do formato da prótese.

Em seguida, devem ser feitos os exames pré-operatórios, incluindo mamografia e/ou ultrassom mamário (ecografia das mamas). Se não houver nenhuma alteração, a paciente poderá ser submetida à cirurgia. 

Outra dica importante é a hidratação da pele dos seios e se programar para o período pós-operatório.

No dia do procedimento, o médico fará a marcação da pele, e conferência do planejamento cirúrgico: o tipo de incisão, plano de colocação e o tamanho da prótese, conforme decidido nas consultas. Normalmente, a cirurgia dura de 1 a 2 horas. A paciente já sai da sala de cirurgia com o sutiã modelador. Habitualmente, não se utiliza dreno, somente em casos eventuais.

Geralmente, a escolha da anestesia é feita entre o médico anestesiologista e a paciente. A anestesia pode ser local, peridural alta ou geral. Se não houver nenhum tipo de complicação, a paciente pode voltar para casa no mesmo dia, desde que fique no mínimo de 8 a 12 horas em observação pós-cirurgia. É importante também lembrar que este tipo de procedimento deve ser feito em um hospital/clínica com suporte para cirurgias de médio porte.

Na maioria das cirurgias de prótese de mama, a paciente precisa ficar em casa, de repouso, de 4 a 7 dias. Após esse período, as atividades rotineiras podem voltar gradativamente, sob avaliação do seu médico.

Em média, é natural que o inchaço permaneça de 20 a 30 dias, sendo que ele vai diminuindo gradativamente. Após a colocação da prótese, o formato da mama pode mudar em até 6 meses. Então, fique tranquila se, durante esse período, você achar que seus seios estão mais altos e maiores do que esperava. Se perceber diferença de tamanho entre eles, não se assuste, pois o inchaço evolui de forma diferente em cada mama.

São raros os casos, pois a prótese é elástica, resistente e dificilmente se rompe, mas pode acontecer. Para os implantes de gel de silicone coesivo, se houver a ruptura de uma membrana, não ocorre vazamento, pois o gel impede que o silicone se espalhe pelo corpo. Já no caso dos implantes preenchidos com solução salina, como essa solução tem pH fisiológico compatível, ela é absorvida e eliminada pelo organismo.

Não. Devemos lembrar que a prótese mamária é colocada atrás da glândula mamária, sem contato com o tecido mamário.

Inúmeros estudos já realizados em vários países europeus e nos Estados Unidos comprovaram que não há nenhuma relação entre o câncer de mama e o uso das próteses de silicone. Outra dúvida que ocorre é se a prótese atrapalha na realização da mamografia. Isso é uma questão antiga, antes de era dos mamógrafos digitais. Hoje, com o avanço da tecnologia dos exames de imagem, que estão cada vez mais detalhados, não é mais uma preocupação.

A diminuição ou até o aumento da sensibilidade das aréolas pode ocorrer sim, mas apenas nos 6 primeiros meses após a cirurgia, depois volta ao normal. São raros os casos que ela se torna permanente.

As próteses mais antigas, que tenham prazo de validade, devem ser trocadas a cada 10 anos. Já as próteses feitas em gel coesivo, podem permanecer mais tempo, mas é necessário que haja uma revisão a cada ano, com mamografia, ecografia mamária e até com ressonância magnética das mamas. Cada organismo reage de uma forma diferente, então é muito importante que a paciente faça sempre esse acompanhamento com o seu cirurgião plástico. Pelo menos, deve-se realizar uma consulta por ano.

O organismo pode reagir formando uma cápsula mais endurecida ao redor do implante, causando ondulações na superfície da prótese, dor, endurecimento e deformação da mama. Porém, os implantes são cada vez mais resistentes, diminuindo as chances de complicação e com pós-operatório mais simplificado.

É bom lembrar que nos primeiros meses existem deformidades transitórias. Passado esse período, se as imperfeições não se corrigirem naturalmente e você continuar insatisfeita com o resultado, converse claramente com seu médico para que, juntos, possam chegar à solução do problema.

Os cuidados após a cirurgia plástica são fundamentais para a recuperação da paciente e para um bom resultado. Portanto, separei as recomendações que devem ser seguidas a partir do dia seguinte à cirurgia:

-Banho deve ser tomado já no primeiro dia, após a  cirurgia. O melhor momento para tomar banho é após a refeição. É normal a paciente ter episódios de pressão baixa e nos primeiros dias do pós-operatório. Então, vale a pena tomar alguns cuidados. Tenha uma pessoa para ajudar durante o banho. Não tranque a porta do banheiro. Mantenha o vaso sanitário com a tampa abaixada e um banco dentro do box do chuveiro, caso necessite apoio.

– Não lavar o cabelo sozinha, nem usar chapinha ou secador. Peça para alguém ajudar ou vá ao salão. 

– Não erguer os braços acima da cabeça por 30 dias, apenas levemente para higienizar as axilas.

– Secar os micropores com secador de cabelo na opção frio, pois a pele pode estar sem sensibilidade e, no modo quente, há risco de fazer queimadura. O micropore será trocado de 7 em 7 dias, salvo exceções.

-É importante realizar massagens nas cicatrizes, com cremes prescritos pelo médico, para o tratamento estético delas.

– Deve-se usar um sutiã apropriado, 24 horas por dia, nos primeiros 2 a 3 meses. Você pode retirá-lo, eventualmente, para ocasiões que peçam um vestido decotado, por exemplo. 

-Caminhar dentro de casa a cada 1 hora e meia. Não ficar muito tempo parada. Pode subir um lance de escadas devagar. 

– Ao levantar da cama ou sofá, usar a força do quadril e abdome, nunca forçar os braços.

-Dirigir está liberado após 20 dias (se o carro for automático). Não fazer baliza nos primeiros 20 dias dirigindo.

– Não carregar peso (inclusive bolsa pesada).

-Não praticar exercícios físicos leves por 1 mês e de membros superiores por 2 meses; 

-Deve-se dormir nas posições indicadas. Regularmente, durante os primeiro mês, a paciente deve deitar apenas de barriga para cima. 

– Incluir na sua alimentação frutas, verduras e fibras. Beber bastante água. 

– Cuidados com o sol, passar protetor solar de 3 em 3 horas e cuidar por 6 meses, pois existe o risco de manchar a pele, mesmo depois de não ter mais os “roxinhos” aparentes.

-A atividade sexual pode ser retomada após 30 dias, com certos cuidados.

– É necessário que a paciente pergunte sempre ao seu médico o que pode e o que não pode ser feito em relação aos movimentos e atividades.